Após firmar o acordo de paz com Israel, terroristas do Hamas estão executando supostos “colaboradores” na Faixa de Gaza. Relatos da mídia árabe e israelense apontam para um aumento significativo nas execuções realizadas pelos terroristas e outras facções no local.
Segundo informações internacionais, dezenas de palestinos vêm sendo acusados de colaborar com a inteligência israelense — fornecendo dados sobre líderes e posições estratégicas — e punidos com extrema violência.
No dia 10 de outubro, um vídeo divulgado pelo canal Gaza Now, que tem cerca de 1,7 milhão de seguidores no Telegram, mostrou homens armados, muitos deles uniformizados, atirando contra três pessoas caídas no chão.
Segundo o portal israelense Times of Israel, o vídeo tinha a legenda: “O momento de punir os agentes da ocupação sionista que causaram a morte de milhares de nossos palestinos em Gaza”.
O vídeo foi publicado horas depois da emissora Kan, de Israel, citar relatos de palestinos afirmando que o Hamas havia executado seis pessoas em Rafah, no sul de Gaza, sob suspeita de espionagem para Israel.
Conforme os mesmos relatos, outros 17 palestinos, entre eles comerciantes, teriam sido baleados nos pés por supostamente aumentarem os preços de produtos.
Execuções e punições de suspeitos em Gaza
De acordo com fontes palestinas citadas pela mídia árabe, os terroristas do Hamas e outras facções estão perseguindo agressivamente moradores acusados de colaboração.
Após a prisão, os suspeitos seriam interrogados e submetidos a punições que variam entre execução, espancamentos, tiros nas pernas e prisão domiciliar.
As mesmas fontes indicam que as ordens de execução são emitidas quando há suspeita de que o indivíduo tenha contribuído para a morte de combatentes palestinos ou para o comprometimento das capacidades operacionais, como ajudar a localizar reféns.
O portal Israel Hayom informou que nos últimos três dias, pelo menos cinco palestinos foram executados na Cidade de Gaza, por tiros ou enforcamento.
Além das acusações de espionagem, há relatos de execuções de pessoas acusadas de saques e roubos. Em alguns casos, essas pessoas também são rotuladas como colaboradoras de Israel.
Aqueles acusados apenas de furto estariam sendo punidos com espancamentos e tiros nas pernas, acompanhados de advertências severas.
Aumento da repressão interna após cessar-fogo
Embora o Hamas não tenha confirmado oficialmente as informações, o representante disse à rede Al Jazeera que os terroristas “baterão com punho de ferro em qualquer um que prejudique a segurança e a ordem em Gaza”.
Nos últimos anos, o Hamas tem emitido regularmente sentenças de morte contra pessoas acusadas de colaborar com Israel, executando dezenas de palestinos.
Pela lei palestina, uma sentença de morte requer a aprovação do presidente da Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia — contudo, os terroristas ignoram essa exigência.
Desde o cessar-fogo firmado com Israel na última semana, o Hamas tem tomado medidas para reafirmar seu controle sobre Gaza.
O acordo encerrou mais de quinze meses de guerra, iniciada após o ataque de 7 de outubro de 2023, quando milhares de terroristas invadiram Israel, mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns.
